16 de julho de 2010

Geléia Real




GELÉIA REAL









A geléia real é o produto resultante da secreção das glândulas hipofaringeanas e mandibulares de abelhas operárias com 4 a 14 dias de idade, necessitando alimentar-se com pólen.


Sua composição é muito variada e depende da região de produção e do período de colheita. A alta concentração de aminoácidos e vitaminas torna a geléia real um super alimento. Apresenta umidade em torno de 60 a 70% e um teor de proteína mínimo de 10%.


O mecanismo de funcionamento da geléia real está estritamente relacionado com 4 componentes efetivos: vitaminas, ácidos orgânicos essenciais, elementos ativos protéicos e hormônios esteróides. A grande quantidade de vitaminas hidro-solúveis da geléia real, especialmente do grupo B, estimula o apetite e a digestibilidade, atua nos processos de oxi-redução, sendo importante fator anti-senilidade pois estimula a regeneração dos tecidos.


A vitamina B6 é essencial no metabolismo da hemoglobina, sendo por isso eficaz no tratamento das anemias.

A Niacina é vasodilatadora, prevenindo a arterioesclerose e diminuindo o nível de colesterol.

A acetil-colina torna a geléia real muito eficaz na manutenção da saúde do cérebro e na recuperação da memória, também aumenta o fluxo sangüíneo e diminui a pressão sangüínea.

A vitamina C e E atuam em conjunto como poderosos anti-oxidantes, defendendo as células dos radicais livres.

A vitamina D promove a absorção e utilização do cálcio e potássio, mantendo a saúde dos ossos e dentes.

A vitamina E recupera a função reprodutora do organismo e previne a atrofia senil das gônadas.

Os ácidos orgânicos essenciais da geléia real são os responsáveis pela ação bactericida da mesma, e fazem com que o pH fique entre 3,5 e 5,0 possibilitando a estabilidade de seus princípios ativos e a inibição de bactérias.

Além disso a geléia real possui material protéico ativo, como o insulinóide com estrutura semelhante à insulina, muito eficaz na diminuição das taxas de glicose no sangue.

A gama-globulina por sua vez tem a capacidade de aumentar os anticorpos, aumentando a função protetora do organismo.


A geléia real é rica em hormônios esteróides como o estradiol, a progesterona e a testosterona, que tem função importante tanto para o homem quanto para a mulher, principalmente na idade do climatério quando o organismo sofre disfunção hormonal.


Na síndrome do climatério masculino aparecem sintomas como debilidade física, diminuição da energia e da memória, insônia, dores de cabeça,...a administração de geléia real neste período suplementará a deficiência de hormônios sexuais e auxiliará a recuperação eliminando os sintomas.


Já na Síndrome do Climatério feminino, uma produção irregular de hormônios resulta em menstruações irregulares e posterior menopausa, uma atrofia gradual dos órgão reprodutivos, favorecendo o aparecimento de doenças como diabetes, doenças do coração, hipertensão,...a deficiência de estrogênios pode causar osteoporose e futuramente fraturas expontâneas. Os hormônios sexuais são importantes para a prevenção da osteoporose senil, por isso a geléia real é eficiente na prevenção e na diminuição dos processos de osteoporose. Pesquisas demonstraram que os sintomas da síndrome do climatério masculino e feminino melhoram após uma semana de administração de geléia real.


Por sua riqueza em aminoácidos essenciais (possui 8 dos 22 aminoácidos essenciais ao homem) favorece o crescimento de crianças desnutridas ou em estado de anorexia e apresenta resultados tonificantes frente a um desgaste físico ou psíquico muito forte.


Pesquisas realizadas na China demonstraram que o uso de geléia real baixou as taxas de glicemia em diabéticos num período de 20 dias.


Na Alemanha foram administradas 50 gramas de geléia real fresca a um paciente em estado de pré-coma com meningite, sendo que após 8 dias este havia se recuperado totalmente.


Na Romênia utiliza-se geléia real fresca, recém coletada, para pacientes com problemas sérios, sendo que para gripes, o conteúdo de uma realeira é o suficiente para a cura em 24 horas.


Como utilidade reconhecida, a geléia real tem as seguintes aplicações: serve como alimento para as larvas de abelhas operárias até o terceiro dia de vida, alimentação das larvas de zangão durante toda a fase larvária, alimentação da rainha durante toda a vida larvária e adulta.


Para o homem quando tomada por via oral é indicada como estimulante do organismo e vitalizador dos órgãos em geral, no tratamento de pele para fins de embelezamento, para aumento de apetite para formação de resistência contra gripe e resfriado.


Pode ser encontrada no comércio na forma in natura, devendo ser mantida a uma temperatura de –5ºC a 0ºC, na forma liofilizada e em comprimidos.


Na forma in atura deve ser consumida sob a língua ( 1 g. por dia), as papilas linguais permitirão uma assimilação quase integral dos nutrientes da geléia real.


Na forma de cápsulas, a geléia real deve ser quebrada e colocada debaixo da língua para que também ocorra uma absorção total ( 2 cápsulas por dia).

CBA-ARTIGOS TÉCNICOS- 2007

Prof Silvio Lengler

15 de julho de 2010

Própolis





PRÓPOLIS





A própolis constitui-se numa substância resinosa encontrada principalmente na entrada da colmeia (alvado) ou frestas, sendo transportada pelas abelhas campeiras nas patas posteriores (corbículas), ocasião em que é enriquecida pela saliva das mesmas. As abelhas retiram a própolis das pétalas dos botões de flores, folhas, cascas e troncos de árvores, como por exemplo: bracatinga, pinheiro, “pinus elliot”, ameixeira, pessegueiro,etc.


O nome própolis se deve aos gregos que já a utilizavam desde tempos remotos, significando pro = entrada e polis = cidade. Hoje sabe-se que a abelha participa ativamente na produção de própolis, não só recolhendo as secreções das plantas, mas transformando-as através de enzimas na forma em que o apicultor encontra na colmeia.


Esta contribuição ativa comprova-se pois os flavonóides isolados e identificados na própolis estão na forma de agluconas e não na forma de glucosídeos como os flavonóides são encontrados nos vegetais. A composição da própolis é variável, encontrando-se alterações de acordo com o tipo de vegetação predominante na região. A maioria dos pesquisadores concordam que a base de sua composição é de 50-55% de resinas e bálsamos, 30% de cera, 10% de óleos voláteis dentre eles os azeites essenciais e aromáticos e 5% de pólen.


Foram encontrados ainda, vários flavonóides e ácidos aromáticos, além de ferro, cobre, manganês, zinco e vitaminas do complexo B, etc. Os flavonóides apesar de suas atividades farmacológicas (mais de 41 ações terapêuticas) não podem ser considerados os únicos responsáveis pelas atividades biológicas da própolis, pois a própolis européia é mais rica em flavonóides do que a brasileira, mas não apresenta tanta ação terapêutica quanto a nossa. Os flavonóides têm ação sobre o sistema capilar, diminuindo a fragilidade e no sistema circulatório, agindo como vasodilatador e hipotensor. O ácido felúrico talvez seja o maior responsável pela ação bacteriostática (evita o desenvolvimento) e bactericida (mata a bactéria) da própolis e é também responsável pela ação coagulante no tratamento de feridas de cura lenta e difícil. Este composto rompe a membrana celular dos microorganismos destruindo-os, principalmente as bactérias gram positivas. Daí o uso da própolis na prevenção da cárie, problemas de herpes labial e zoster.


Diversos trabalhos científicos têm sido realizados demonstrando a importância da própolis. Em Santa Catarina foi realizado um trabalho de mestrado por Niraldo Paulino, demonstrando a ação broncodilatadora e analgésica da própolis catarinense.


Com este trabalho demonstrou-se que a própolis é um poderoso antigripal, sendo usada tanto na prevenção como na cura da gripe, asmas bronquites e resfriados. Seu uso já é consagrado no tratamento de sinusites, amigdalites e renites. Hoje em dia sabe-se que a maioria das úlceras gástricas são causadas pelo bacilo Heliobacter pilori que é altamente sensível à própolis o que justifica o seu emprego no tratamento de infecções gástricas.


A própolis também tem ação antimicótica, atua sobre alguns fungos e leveduras, principalmente micoses e coceiras no corpo, fungo de unha e dermatite seborréica.


Nestes casos utiliza-se shampoos a base de própolis, pomadas e extrato de própolis.


Possui ação antiparasitária, o que foi comprovado na Rússia, testando-se 45 crianças de 2,5 meses a 3 anos de idade, com infecção intestinal e diarréia, sendo que em 35 crianças os sintomas desapareceram. É excelente no combate à Giardia intestinalis que causa duodenites em adultos e infecções gastrointestinais em crianças ao Trichomonas vaginalis responsável por vaginites e uretrites nas mulheres.


Pesquisas em Cuba revelaram que inoculando-se própolis no duodeno de pacientes com úlceras, a cura é certa em 95% dos casos.


Em cirurgias dentárias de sulcoplastia (enxertos dentários) a própolis demonstrou ser um poderoso antiinflamatório, evitando o aparecimento de aftas e gengivites. Age também sobre as pseudomonas e stafilococus. Possui ação oxidante, os flavonóides da própolis atuam sobre os radicais livres do nosso organismo que são moléculas instáveis e altamente reativas, evitando que essas moléculas tendem a reagir com as vizinhas para se estabilizar, formando reações em cadeia que vão provocar oxidação dos tecidos, transtornos no DNA e RNA, alterações na síntese protéica ocorrendo degeneração celular que é a causa dos tumores.


Desta forma os flavonóides são também antitumorais, pois evitam a oxidação das células, retardando o crescimento tumoral. Experimentos com ratos demonstraram que o uso da própolis aumenta o período de vida de ratos com tumores. Outra importante ação da própolis é sua atividade imunomoduladora, isto é, tem ação estimuladora do sistema imunológico, estimula a produção de células produtoras de anticorpos e globulinas, importante para pacientes com baixa resistência. Poucas pessoas sabem da capacidade de proteção solar da própolis, estudos revelaram que emulsões e cremes à base de própolis funcionam como filtro solar natural conseguindo-se FPS 4. É também vasoprotetora, através dos flavonóides que atuam sobre a histamina evitando o depósito de lipídios nos vasos sanguíneos, prevenindo a arterioesclerose.


Trabalho realizado na Amazônia, demonstrou ser a própolis um excelente supressor dos sintomas da malária, funcionando também como repelente de insetos, principalmente mosquitos.


Em geral o homem tolera bem a própolis, com raríssimas exceções de pessoas alérgicas.


Devemos lembrar que a própolis não é um remédio milagroso para todos os males, e em função de suas propriedades bactericidas e bacteriostáticas deve ser utilizada com cautela e só quando estivermos realmente necessitando. Não é café ou chimarrão que se possa tomar a toda hora, e o consumo da própolis (própolis bruta), bem como doses elevadas de tintura (mais de 60 gotas por dia) são totalmente errado podendo causar intoxicações.


A própolis para uso oral deve ser preparada por laboratório idôneo, sendo consumida na quantidade de 10 a 45 gotas para adultos e 50% deste volume para crianças, depositadas sobre uma “colher de sopa” de mel e colocada num copo, adicionando-se 1 ou 2 colheres de sopa de suco de fruta ácida e completando-se com água.

A própolis apresenta-se na forma de extratos, spray bucal, pastilhas, balas, suspensão, xaropes, comprimidos, gotas nasais, pomadas além de uma infinidade de cosméticos à base de própolis, como shampoos, cremes faciais, ...


CBA ARTIGOS TÉCNICOS - 2007
PROF SILVIO LENGLER