15 de abril de 2010

QUALIDADE DO MEL


Emater- MG

O mel é um produto livremente consumido e comercializado em todas as regiões do país. No entanto, a população precisa ficar mais atenta à qualidade do mel que está sendo comprado. Apicultores têm se esforçado para criar um mercado qualificado com um produto puro, higienizado e com boas práticas de manejo, no entanto muitos meleiros ainda não se importam com a questão da higiene porque o consumidor continua alimentando o mercado de mel sem qualidade. O apicultor e engenheiro agrônomo José Dias da Rocha, extensionista da Emater Minas Gerais, diz que a população precisa aprender a fazer a diferenciação. Segundo ele, muitas pessoas acham que os cristais presentes no mel são sinal de impureza, quando na verdade é o contrário.

O problema é que os apicultores que produzem mel sem qualidade encontram mercado para este produto ruim porque muitos brasileiros acham que aquele mel ruim que é o verdadeiro. Muitas pessoas não sabem que uma das características do mel é a cristalização e ela ocorre naturalmente, principalmente em baixas temperaturas. Esses cristais viram um doce de leite, se isto acontecer não é porque ele é ruim, pelo contrário, é porque ele é puro.

Só é ruim se ele virar bloco. As pessoas acham que o mel está cristalizado porque foi misturado com açúcar, mas não é verdade, é uma característica natural que indica pureza — explica o especialista.

José Dias da Rocha ensina que um dos fatores mais determinantes para a produção de um mel de qualidade, além da higiene, é o ponto de colheita. O produtor deve saber identificar quando o mel está maduro porque este fator é muito importante para a umidade do produto. A umidade ideal é de 18%, mais do que isso o mel corre o risco de azedar. Segundo o extensionista, quando as janelinhas do mel estiverem fechadas significa que ele está maduro. O cuidado com a higiene é extremamente importante e começa ainda no transporte do produto até a casa do mel. Como existem muitas estradas de terra, o produtor tem que ter o cuidado para proteger bem o mel com lonas nos caminhões ou caminhonetes para que ele não seja contaminado com a poeira e as fezes de animais.

Chegando na casa do mel, que deve ser asseada e limpa, de preferência azulejada com a centrífuga e a mesa opeculadora feitas de aço inox e devidamente limpas, os produtores depositam a melgueira na mesa e inicia-se a desopeculação do produto. As pessoas envolvidas neste processo devem usar aventais, luvas, gorro para o cabelo e material limpo. Após o processo de desopeculação e centrifugação do mel, ele será levado para os decantadores, onde ficam por 48 horas para que as impurezas sejam separadas e o produtor possa tirar o mel por baixo limpinho. Esse mel limpo vai para os tambores ou para vasilhames — detalha.

O mais importante, segundo o especialista, é que a população saiba reconhecer o mel puro para incentivar os apicultores que cultivam boas práticas de manejo e se preocupem com as questões de higiene e umidade. Enquanto o consumidor não se importar com a origem e contaminação do produto, os maus apicultores continuarão a existir.

Infelizmente, no Brasil ainda existe uma gama de apicultores que não conduzem bem o mel. Observamos os meleiros que vendem mel de beira de estrada, mal acondicionados, com teor de umidade elevado, sem se importar se o mel está maduro ou verde. Isto prejudica a qualidade do produto, porque se o mel tem teor de umidade muito elevado ele não aguenta armazenagem e tende a fermentar, azedar ou provocar ação das bactérias

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