25 de fevereiro de 2017

Armadilha interna para controle de forídeos em Meliponas medias e grandes












Pegue um potinho firme que sirva dentro da colmeia. Pode ser de filme fotográfico, de remédios feitos em farmácias de manipulação, etc. Aqui no caso, estou usando um frasco de remédio manipulado. 





Faça 2 ou 3 furos por onde os forídeos possam passar. 
Pode-se também colocar um pedacinho de canudinho de bebida encaixado no buraquinho (+ ou - 0,5 cm) para o lado de dentro do potinho, isto para dificultar a escapada do forídeo depois que ele entrou na armadilha

Corte o bobe de maneira que fique um pouco acima dos buracos da armadilha e encaixe este na tampa. Para tampar o espaço vazio do centro, corte um pedacinho do próprio bobe e coloque ele curvado de maneira que não dê espaço para as abelhas passarem. obs: Quando comprar o bobe, verifique se este tem o espaço suficiente para a passagem do forídeo pelas laterais

vista da lateral




                           vista do fundo



vista de cima 
                                                                         vista encaixado na tampa


Depois de montado, abra a tampa e coloque mais ou menos 1/3 de vinagre de maçã dentro do pote e coloque dentro da colmeia como na 1ª  e 2ª  figura.
Desta maneira, as abelhas não conseguem tampar os buraquinhos da armadilha com própolis,devido ao cheiro do vinagre.Se isto vir a ocorrer, há o impedimento da entrada dos forídeos na armadilha, e esta perde a eficácia.

ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL PARA MELIPONÍDEOS




Prof. Harold Brand. Biólogo, meliponicultor, consultor da APA.
 Profharoldbrand@gmail.com 


Em muitas regiões o meliponicultor se depara em certas épocas do ano com diminuição acentuada do pasto floral, dai a necessidade de suprir as abelhas com uma alimentação artificial semelhante com que elas obtém na natureza. A formulação desenvolvida abaixo gera uma resposta muito positiva no aumento das populações e na vitalidade das abelhas. Ela vem sendo aplicada vários anos em três meliponários localizados em matas primárias, em matas degradas e mesmo em centro urbano, povoados por mais de vinte espécies endêmicas e algumas exóticas. São mais de duzentas famílias que consomem nesse período de escassez mais de 120 litros mensais. O preparado é servido em alimentadores coletivos para abelhas de maior porte (uruçu, mandaçaia, boca de renda) e alimentadores especiais para abelhas pequenas ( mirins )e finalmente em algumas espécies diretamente no interior das suas caixas.

 A FÓRMULA 
- 10 kg de açúcar cristal
 - 4,5 litros de água

O preparo:
  Misturar e levar ao fogo.
  Quando começar liberar vapor adicionar:
- 15 gr. de ácido cítrico (seis colheres de chá rasas). Na falta de ácido cítrico uma boa alternativa é sua substituição pelo suco de oito limões rosa.
 - 500 gr. de mel
 Misturar esses dois novos ingredientes e manter a mistura sob chama baixa durante vinte a trinta minutos.

Esta receita é muito interessante inclusive ao pequeno meliponicultor, uma vez que a mistura se conserva inalterada por meses mesmo fora da geladeira, fato explicável devido a sua alta viscosidade e concentração, fatores que impedem o desenvolvimento de microorganismos.

 COMENTÁRIOS 
 O calor e o meio ácido "quebra" o açúcar que é um dissacarídeo em glicose e frutose (monossacarídeos).
Mas, nem todas as moléculas de sacarose são quebradas e o resultado final é uma mistura de 40% sacarose, 30% glicose e 30% frutose composição química muito parecida a maioria dos néctares colhida pelas abelhas nas flores
O ácido cítrico da fórmula além de participar na quebra da sacarose dificulta a fermentação da solução, por isso é muito empregado na indústria de alimentos como conservante. Esses açucares são usados na colméia na formação das reservas ( mel) e combustível biológico da abelha (energia calor e energia movimento)

COMPLEMENTO DA FÓRMULA 
Os açucares da fórmula são excelentes na formação das reservas e na liberação de energia, entretanto, para a manutenção da sanidade das abelhas e produção de ovos, larvas, etc. é necessário aminoácidos, vitaminas e sais minerais. Na natureza as abelhas os conseguem através do pólen. Porém, o pólen coletado pelas abelhas deve ser previamente digerido, para que as substâncias contidas no seu interior sejam liberadas. Para isso é imprescindível a participação de fungos e bactérias decompositores presentes nos potes de pólen. As abelhas em si não podem realizar esse mecanismo, pois o pólen vem envolvido por duas membranas (exina e intina) a mais externa, estruturalmente formada por carotenóides de grande peso molecular que os animais são incapazes de digerir, daí a necessidade de potes de pólen conter bactérias específicas ligadas aos processos de digestão e fermentação. A atividade bacteriana libera as substâncias do interior do pólen na forma de compostos mais simples entre as quais os aminoácidos, vitaminas e sais. Se observarmos os potes de pólen em formação, veremos uma massa semiliquida avidamente disputada pelas abelhas. Esse caldo nutritivo é levado e depositado nos alvéolos constituindo o alimento larval sobre o qual são depositados os ovos.

Lembrando que os principais componentes do pólen as proteínas, são polipeptídios (cadeias formados por centenas ou mesmo milhares de aminoácidos) e devido ao seu tamanho para poder entrar nas células dos organismos e aproveitados, devem ser quebrados pelo processo digestivo, em pequenas moléculas os aminoácidos.
Para suprir a falta de pólen, por que então, simplesmente não fornecemos todos os tipos de aminoácidos diretamente às abelhas para que seu código genético construa suas proteínas necessárias.

Como obter os aminoácidos para adicionar a fórmula?
 Observando a bula dos suplementos alimentares oferecidos pelo mercado (uso veterinário, como glicopan, stimo-ton, etc.) a maioria deles tem as mesmas vitaminas, aminoácidos e os sais minerais, que as abelhas necessitam
O código genético é universal, ou seja, os aminoácidos usados ou codificados pelas abelhas são os mesmo da espécie humana ou qualquer outro organismo. O que realmente varia é a seqüência dos aminoácidos na cadeia polipeptídica da proteína de um organismo para outro.

FINALIZANDO A FÓRMULA 
Os complementos polivitamicos com aminoácidos são fáceis de obter nas farmácias ou clinicas veterinárias. Basta acrescentar 20 gotas ou mais por litro na alimentação antes de serem oferecidas as abelhas

Cuidados com o equilíbrio hídrico 
A formulação obtida é ideal para conservação por vários dias, entretanto por ser muito viscosa não devem ser servidas diretamente as abelhas. No momento de serem oferecidas as abelhas, deve ser dissolvida em certa quantidade água. Quantidade essa que deve variar conforme a umidade relativa do ar. Se, a umidade relativa for de 20% dissolva em 60% de água se for superior a 80% adicione a solução apenas 40% de água. (portanto, dosagem inversamente proporcional a umidade relativa do ar) Observação: A umidade no interior da colméia é vital para o desenvolvimento larval. O seu desequilíbrio pode levar a morte da larva ou más formações, (doença dos alvéolos esbranquiçados).

Cuidados com a temperatura
 É necessária uma atenção especial nos dias frios, pois a abelha a rigor é uma verdadeira máquina bioquímica e como tal é regulada por enzimas que funcionam dentro de uma faixa de temperatura (regra de Van’t Hoff).Nos dias mais frios é de bom alvitre fornecer os alimentos a temperatura mais elevada (o ideal,em torno de 30graus).Como as abelhas podem transportar até 80 por cento do peso do seu corpo se ingerirem alimentos frios seu metabolismo diminui afetando a locomoção e a capacidade de alçar vôo.É um dos fatores de mortandade nos alimentadores.

Lembrete
 I. Tanto a falta como o excesso de alimento podem levar a falência da colônia. É bom observar: se houver mais de dois potes abertos contendo néctar suspenda a alimentação artificial, pois muitos potes abertos podem causar desequilíbrio e desencadear fermentação descontrolada passando atrair os fórides
 II. È de bom alvitre passar lixa nas paredes internas dos potes plásticos, que recebem o xarope, tornando-as ásperos, facilitando a aderência das abelhas, evitando o seu afogamento
 III. A melhor prevenção contra as enfermidades e os demais inimigos naturais, são colônias populosas e bom equilíbrio alimentar.