29 de dezembro de 2016

Alimentação Energética na Entressafra

Por Fábia de Mello Pereira - Embrapa Meio Norte

A apicultura é uma atividade rentável que exige manejo diferenciado entre o período produtivo e a entressafra. Se na época de produção de mel e pólen o apicultor precisa ter cuidado para evitar que suas abelhas coletem alimentos industriais, como o açúcar, a rapadura e os refrigerantes, durante a entressafra falta alimento no campo e o fornecimento de alimentação é necessário para garantir a manutenção das colônias.
Existe ainda, em algumas ocasiões especiais, a necessidade de alimentar as colônias durante o período de florada. Como exemplo pode ser citado o período de florescimento do cipó uva (Serjania sp.) na região do Crato, Ceará, pois o teor de pólen produzido na região nesta época não é suficiente para manutenção das crias. Nesse período, mesmo na presença abundante de néctar, se não houver uma suplementação protéica a produção de mel é comprometida devido ao enfraquecimento das famílias.
Outros exemplos em que é necessário fornecer alimento às colônias em pleno período de florada são: durante o florescimento de plantas tóxicas para as abelhas (com o objetivo de desviá-las dessa fonte de alimento), em serviços de polinização de algumas culturas e na produção de rainhas, entre outras atividades apícolas. 
As colônias devem ser alimentadas tão logo seja identificado o enfraquecimento das mesmas, não existindo uma época certa para a alimentação, uma vez que este período varia de acordo com a região e o objetivo da criação. A quantidade de cria, o estado geral da colônia, a quantidade e qualidade de néctar e pólen coletados pelas abelhas determinam a necessidade de fornecimento da alimentação suplementar.
Para suprir a deficiência nutricional das abelhas no período de escassez de alimento, pode ser fornecido alimento energético, protéico ou energético-protéico. A decisão vai depender dos recursos disponíveis em cada região e época do ano. 
Os alimentos energéticos mais utilizados são o xarope de água e açúcar e o xarope invertido. Para a fabricação desse primeiro xarope, é necessário misturar água e açúcar na mesma quantidade, colocar a mistura no fogo e mexer até o açúcar se dissolver por completo. Para evitar que se estrague, o seu fornecimento deve ser feito no mesmo dia em que for produzido, tendo-se o cuidado de retirar das colônias o alimento que não for consumido pelas abelhas em 24 horas. Após este período, inicia-se a fermentação e o alimento restante deve ser descartado. Para manutenção das colônias, pode ser fornecido 0,5 litro/semana/colônia, contudo, quanto maior a quantidade fornecida, maior a população e a resistência das colônias. Colônias muito fracas não conseguem consumir esta quantidade de alimento no prazo necessário. Nesse caso, deve-se fornecer uma quantidade menor de alimento, evitando prejuízo tanto às abelhas quanto ao produtor pela possibilidade de perdas de enxames e de desperdício de alimento. 
Outra receita de alimento energético difundida é o xarope invertido. Produzido com cinco quilos de açúcar, 1,7 litros de água e cinco gramas de ácido tartárico ou ácido cítrico, esse xarope permanece no fogo por 40 a 50 minutos. O ácido inverte a sacarose em glicose e frutose, pré-digerindo o xarope e facilitando a absorção do alimento pelas abelhas, mas também aumenta o teor de hidroximetilfurfural (HMF), podendo tornar o xarope tóxico. Sendo assim, alguns pesquisadores recomendam que o xarope seja fervido somente por três minutos.
O HMF é uma substância naturalmente presente no mel e no xarope de açúcar invertido e pesquisas realizadas nos Estados Unidos demonstram que pode ser prejudicial à saúde das abelhas a partir de uma concentração de 150 miligramas por litro. Pesquisas realizadas na Embrapa indicam que o tempo ideal para inversão do açúcar no xarope ocorre com 63 minutos de fervura. Entretanto, durante esse processo, o HMF passou da concentração de 49,37±0,62 milligramas por quilo após 30 minutos de fervura, para 125,84±0,46 milligramas por quilo aos 45 minutos. Desta forma, apesar de nesse período não haver inversão suficiente do açúcar, o tempo de fervura não deve ser superior aos 30 minutos devido ao teor HMF formado. 
Para conciliar a inversão da sacarose, baixo teor de HMF e baixo custo de produção, a Embrapa recomenda a produção do xarope invertido com cinco quilos de açúcar, cinco litros de água e cinco gramas de ácido. A mistura deve permanecer no fogo por 15 a 25 minutos após a fervura. Fornecer 500 mililitros uma ou duas vezes por semana para cada colônia. Em algumas regiões, os apicultores possuem dificuldade em encontrar o ácido cítrico ou tartárico para produção do xarope invertido. Estes ácidos podem ser substituídos pelo suco de limão. Nesse caso, após o início da fervura de cinco quilos de açúcar diluído em cinco litros de água, deve-se adicionar o suco de quatro limões e deixar a mistura permanecer no fogo por 30 minutos. Com esse tempo de fervura, ocorre a inversão de 36% da sacarose e a formação de somente 18,49 miligramas por quilo de HMF. Caso o produtor deseje uma maior inversão do açúcar, poderá ferver o xarope até os 45 minutos, obtendo 50% de inversão da sacarose e a formação 47,94 miligramas por quilo de HMF. A utilização de suco de limão é vantajosa porque ocorre menor formação do HMF, quando comparado à utilização do ácido cítrico.
A substituição do ácido cítrico ou tartárico pelo ácido acético (vinagre) também foi pesquisada. Contudo, além de não haver inversão do açúcar, o xarope fica com sabor e odor de vinagre, demonstrando que essa não é uma opção viável. 
O enriquecimento do xarope com aminoácidos tem sido usado por alguns apicultores. Contudo, muitos produtores adquirem esse complemento em forma de pó. Nesse caso, para evitar a precipitação, a quantidade colocada no xarope é pequena. Pesquisas realizadas na Embrapa Meio-Norte não demonstram diferença entre o desenvolvimento das colônias de Apis mellifera alimentadas com xarope, xarope invertido e xarope enriquecido com formulação de aminoácidos em pó. O xarope com complemento do aminoácido possui um odor forte.

Créditos: Jornal Dia de Campo
http://www.diadecampo.com.br/


31 de maio de 2016

A dieta do mel


Na guerra, a primeira vítima é a verdade. Ainda mais contra a balança. É que parece surgir uma dieta nova a cada semana. E ficamos sem saber se os benefícios divulgados correspondem aos fatos ou à ficção das editoras. Pensando assim, qual será a verdade por trás da chamada “dieta do mel”?
Tem sempre um novo regime para emagrecer por aí – da sopa, do paleolítico, da proteína. Pois parece que a Dieta do Mel é mais uma delas. Criada pelo nutricionista escocês Mike McInnes, sua promessa é a de que podemos eliminar cerca de 1,5 kg por semana. O argumento utilizado é o de que o açúcar deixa o cérebro em um estado de fome constante, enquanto o mel tem efeito contrário.
A recomendação do livro é a de que uma dose de mel pela manhã e à noite pode levar à perda de peso – a receita correta é uma xícara de água quente, limão espremido e de uma a duas colheres de mel. Isso porque sua atuação no organismo teria o poder de reduzir o stress, permitindo um sono mais profundo e tranquilo. Com isso, o metabolismo funciona melhor – e queima calorias com maior eficiência. E não importa o que você coma: teoricamente, o mel altera a química do cérebro, reduzindo o apetite.
Algumas dicas do livro, ainda sem previsão de lançamento no Brasil, são bem interessantes. Veja a seguir que muitas delas já praticamos.

Troque o açúcar por mel

Cada grama de açúcar que consumimos é convertido em duas gramas de gordura corporal. Por isso, o autor recomenda cortar definitivamente o açúcar e adoçantes artificiais – e, no preparo dos alimentos, adoçar com mel (use metade do que usaria de açúcar).

Elimine as calorias vazias

Alimentos calóricos sem benefícios para o corpo só trazem calorias vazias. Assim, risque da sua lista comida processada, refrigerantes, fritura e fast food.

Fuja dos carboidratos refinados

Carboidratos refinados, como farinha branca, contêm poucos nutrientes e são rapidamente absorvidos pelo corpo, causando picos de açúcar no sangue. Prefira pães e massas integrais. Fazer atroca vantajosa da farinha branca pela integral é um grande passo para equilibrar os níveis de insulina.

Um dia por semana sem carboidrato

Escolha um dia da semana para ficar longe de carboidratos (pães, massas, farinha, batata, arroz, cereais). Com isso, reduzimos os níveis de insulina, o que significa estar menos propenso a armazenar gordura.

Corte a batata

Batatas elevam nossas taxas de insulina. Para perder peso extra, considere-a proibida.

Coma mais proteínas

Conte com as proteínas. Elas enos mantém saciados por mais tempo, e isso evita os perigosos picos de açúcar no sangue. A melhor opção são as proteínas magras, como como peixe e frango sem pele, que têm baixas calorias. Uma boa alternativa são as fontes vegetais, como lentilha, feijão e leguminosas.

Encare uma salada

Além de vitaminas e minerais, os vegetais, chamados alimentação viva, são ricos em fibras. Por isso, oGuia Alimentar da População Brasileira recomenda consumirmos de seis a nove porções por dia.

Dois pedaços de fruta por dia

Frutas são recheadas de antioxidantes, mas podem conter elevados nível de açúcar. Aqui, o recomendado é moderação.

Prefira laticínios integrais

Produtos lácteos sem gordura significam adição de agentes gelificantes, agentes de volume, adoçantes ou açúcares para tornar o resultado palatável. Estudos têm demonstrado que o iogurte integral mantém a pessoa satisfeita por mais tempo. Os produtos lácteos são uma fonte muito importante de cálcio, e ainda trazem os probióticos. Estas “bactérias amigas” auxiliam na aceleração do metabolismo e tornam mais eficaz a digestão.

E agora?

E o que eu penso disso? Já vimos como ficou a história do Dr. Dukan, que teve cancelada sua licença para praticar a medicina na França. Ou seja: não é porque um livro foi publicado com o nome de Dieta do Mel que você pode comê-lo e ainda perder peso. Eu ainda prefiro eliminar o açúcar – e mesmo o mel – da minha dieta, manter uma alimentação saudável e equilibrada, e apostar no exercício físico. Experimente essa fórmula!
Escrito por Lucilia Diniz
Site: http://luciliadiniz.com/dieta-mel/?utm_source=fb&utm_medium=pp&utm_content=nutrase&utm_campaign=dietamel

16 de maio de 2016

As Várias Cores dos Méis



O mel tem várias cores... 
Quanto mais claro, mais suave no sabor e menos sais minerais tem. 
Quanto mais escuro, maior o teor de sais minerais (melhor para gripes e resfriados) e gosto mais acentuado.